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A manicure Suzana Figueiredo, assassina confessa do menino João Felipe Eiras, de 6 anos — morto por asfixia num quarto de hotel em Barra do Piraí, no Sul Fluminense — planejou até o que iria fazer com os R$ 300 mil que pediu como resgate pelo garoto. Numa carta entregue à polícia pela mãe de Suzana, Simone de Oliveira, a manicure escreveu que esperava pagar dívidas com um banco, uma operadora de telefone e uma loja que chegavam a R$ 1.200. Ela também devia R$ 7,4 mil a Ícaro, seu ex-marido. O restante do dinheiro, cerca de R$ 290 mil, ficaria para ela.
O delegado João Mário Omena, titular da 88ª DP, afirmou que as cartas provam que Suzana agiu sozinha no crime.
- Ela não anotou pagamento para ninguém, nem afirma que pagaria a outras pessoas que possivelmente ajudaram ela no sequestro. Ela fez sozinha - disse Omena. Para o delegado, Suzana fez as anotações para ocultar o crime de homicídio: - Ela queria que acreditássemos que ela planejou um sequestro, mas essa informação só qualifica ainda mais o homicídio.
Suzana também planejou o que iria dizer aos pais do garoto após o sequestro. Em quatro folhas de caderno entregues à polícia, nesta segunda-feira, a manicure escreveu as falas de um “roteiro” dos telefonemas para Heraldo Bichara Jr. e Aline Bichara.
Numa primeira ligação — que, a manicure frisou no texto, deveria ser feita “de um telefone fixo de rua” — Suzana descreveu o que falaria: “Eu tô com seu filho e quero 300 mil reais até amanhã às 16h”.
Num segundo telefonema, que também deveria ser dado de um orelhão, a manicure escreveu as falas: “Já tá com a grana? Então você vai ‘leva’ e vai deixa atrás da prefeitura ‘as’ 02:30 da madrugada, depois volta para casa em 25 min. ligo para dizer onde tá a criança”. E termina com uma ameaça: “Se você envolver mais alguém ou a polícia seu filho vai pra você morto e picado em pedaços, entendeu!!”
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